A árvore da vida é mais do que um simples símbolo; é um elo sagrado que atravessa culturas, religiões e eras, mantendo um significado profundo e atemporal. Para mim, ela representa um dos emblemas mais poderosos de união entre os planos da existência — o céu, a terra e o submundo —, conectando nossa realidade física com o espiritual.
Esse símbolo ancestral está intrinsecamente ligado à ideia de fecundidade e imortalidade. A árvore é uma metáfora viva da criação do universo, de sua capacidade de regeneração e renovação. Raízes que se aprofundam no solo, galhos que se estendem em direção ao céu: ela carrega em si a força vital e a energia para vencer desafios, exatamente como nós, que enfrentamos as adversidades da vida enquanto continuamos a crescer e florescer.
Ao longo da minha jornada como artesão, percebi o quanto esse símbolo ressoa com o processo criativo. A madeira que utilizo em meus colares, por exemplo, carrega essa essência. Cada pedaço de madeira reciclada tem uma história, uma vida anterior, e ao ser transformada em um amuleto lunar, ela ganha uma nova vida, simbolizando renovação. A árvore da vida, nesse contexto, não apenas ilustra a vitalidade e força da natureza, mas também a capacidade de transformação — algo que está no centro do meu trabalho.
A presença da árvore da vida é marcante em diversas culturas, seja entre os celtas, gregos, romanos ou povos orientais como chineses e japoneses. Embora as interpretações possam variar ligeiramente, o núcleo do simbolismo permanece o mesmo: a árvore é um sinal de vitalidade, força e resistência. Ela nos ensina a importância de enfrentar os desafios com coragem, sabendo que, assim como as estações mudam, nós também podemos nos renovar e florescer novamente.
Quando faço minhas criações, sinto que cada colar é uma pequena árvore, uma semente de força plantada nas pessoas que o usam. A árvore da vida também nos lembra da interconexão de tudo — nossas experiências, as pessoas que encontramos, as energias que trocamos. Assim como os galhos que se expandem, nossas vidas se entrelaçam, formando uma grande rede de conexões e aprendizados.
Metade da minha arte é amor, a outra metade é madeira. E ambas caminham lado a lado na construção dessa jornada de expansão, renovação e equilíbrio, refletida na árvore da vida.